quarta-feira, 19 de novembro de 2008

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO-FACED/PROJETO IRECÊ
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA-SÉRIES INICIAIS/ENSINO FUNDAMENTAL
CICLO UM-2008.2






Para que as práticas de valores seja uma realidade, o educador terá que se organizar didaticamente para a
instrução de valores, dentro e fora da sala de aula.
Vincente Martins


Iniciei este projeto Os Pequenos Filósofos, visando cultivar a iniciação filosófica em minha sala de aula, assim permitindo aos educandos momentos de discussão de temas que fazem parte do nosso dia-dia, enquanto professora devo promover algumas reflexões durante no decorrer do projeto para que haja o crescimento significativo da filosofia.
Leciono na Escola Municipal Padre Cícero, localizado no bairro Silva Pereira, com os grupos 4 e 5 anos da Educação infantil do segundo ciclo, com a turma de 25 crianças. Foi organizada uma apresentação no pátio com dramatizações realizadas pelas professoras Edilânia Pereira, Neide Cabral, Maria Rita Resende e por mim, foram apresentados para este primeiro momento os temas solidariedade e respeito. Foi relatado também o que seria este projeto, tema e o objetivo, todos ficaram curiosos para descobrir como seria o seu desenrolar. Vejo a importância de proporcionar momentos para que os discentes possam iniciar na argumentação e defender suas idéias.
Quando comecei o projeto percebi que seria um desafio, porém estava curiosa para descobrir as surpresas que estavam por vir.
A segunda atividade proporcionada para os educandos foi o texto de Guilherme Figueiredo “Os Viajantes e o Urso” que faz uma reflexão sobre amizade. Após a leitura na rodinha fiz algumas intervenções:
-O que vocês acharam do texto?
Rebeca de quatro anos respondeu:
-Pró eu gostei muito e não devemos deixar os amigos sozinhos.
Porque Rebeca não podemos deixar nossos amigos sozinhos?
-Por que a gente tem que ajudar e brincar sem brigar.
E surgiram outras respostas acerca do texto, porém, neste dia tinha um aluno Wesley Kelvim de quatro anos que estava passando por conflito em casa. É nestes momentos que nós percebemos quanto se faz necessário a importância de projetos que deixam aflorar os sentimentos.
Pedi para o grupo desenharem nos corações cenas que mostravam amizade entre: pais e filhos, professora e alunos, colegas de turma e vizinhos. Então, este aluno me chamou atenção com a sua atitude, de cabeça baixa e triste falou para mim:
-Pró eu não vou desenhar meu pai, porque ele brigou com a minha mãe e mim xingou.
Neste momento fiquei muito emocionada com as palavras deste aluno e abracei-o sensibilizada com seu sentimento de decepção e de indignação das atitudes de seu pai. Por isso a escola precisa estar em movimento, para que possamos propor para os pais momentos de reflexão. Enquanto educadora devo estar esclarecendo fatos que acontecem em sala de aula e chamando os pais para conversas particulares.
Para dar continuidade ao trabalho realizei uma atividade com tema Chuva de palavras, mostrei para os meninos e as meninas as palavras: alegria e tristeza e oralmente eles iam expondo as idéias sobre estas e alguns do grupo falaram o que pensavam:
-Pró, alegria pra me é quando eu ganho um presente e minha mãe faz bolo. Falou Thiane.
Vocês acham que alegria é só quando nós ganhamos presentes?
-Pró, é também quando vou para o parque com minha mãe e meu pai. Roberto
E a tristeza o que é para vocês?
- Eu fico triste quando minha mãe me bate. Respondeu Fábio
-Quando não venho para escola. Respondeu Laiza
Após esta, eles realizaram uma atividade para representar os pensamentos através de desenhos.
Outro momento significativo deste projeto foi à campanha solidária que tinha como objetivo ajudar duas famílias carentes da escola. Mobilizei a turma para a participação de todos, visitamos os grupos vespertino e fizemos o convite para os pais participarem deste ato de solidariedade. Conseguimos arrecadação de duas cestas básicas, fizemos pessoalmente a entrega a uma das famílias e a outra na escola. As mães ficaram emocionadas com o ato de amor ao próximo, realizados pelos grupos 06 e Educação Infantil.
Percebi durante a realização desta atividade o empenho das crianças em trazer os alimentos. Pequenos, porém preocupados em ajudar as pessoas, estes ensinamentos ficará para sempre na lembrança e poderá se tornar uma prática da na sua fase adulta.
A escolha da caminha da paz foi devido aos últimos casos de violência que estão acontecendo na escola, nosso bairro e na cidade. Foram realizadas rodas de conversas para refletir e achar soluções com os casos de agressões dentro da sala e no pátio na hora do intervalo.
No momento da roda de conversa lancei a pergunta para eles:
-O que vocês sentem quando um colega bate em você?
-Pró dói muito e fico com raiva. Respondeu Ana clara.
-Eu bato! Respondeu Vinícius Brito
-E vocês acham correto bater em quem bate em você?
-Não! temos que falar com a senhora. Respondeu Kathila
-Então, como podemos fazer para acabar com esta violência? O que vocês pensam sobre isso?
-Vamos fazer combinados pró. Respondeu Marcos Vinícius
-Quais os combinados podemos fazer?
Este momento de interação usando a linguagem oral pode estar fazendo descoberta de questões que envolvem o emocional da criança e assim buscar junto com o grupo, providências para resolver as situações de conflitos dentro do âmbito escolar.
Organizamos a passeata e ela foi realizada nesta terça-feira dia 04/11/08 às 8 horas da manhã. Andamos pelas ruas do bairro com o entusiasmo, pôde contemplar no olhar das crianças a sua emoção de estar participando de um movimento pela paz.
Este projeto teve a mobilização de toda comunidade escolar e principalmente o interesse das crianças em estar participando das atividades de um modo geral.
É essencial lembrar que é o primeiro projeto da escola onde as docentes do 1º ciclo se envolveram para buscar novas ações pertinentes ao ensino de filosofia. Nomalmente eram apenas organizados a partir de seqüências didáticas e precisava de uma sistematização nos conteúdos,e assim transformar a sala de aula em uma verdadeira unidade escolar conduzindo a pedagogia do pensar.
Estamos com algumas etapas a serem cumpridas até o final do quarto bimestre.


Referência:

MARTINS, Vicente-. A pratica de valores na escola, Revista Mundo Jovem. p.15 . ed.375 – Abr, Editora Pucrs, São Paulo. 2007

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Graduanda em pedagogia e pós-graduanda em Educação Infantil