sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Educação
Curso de Licenciatura em Pedagogia das Séries Iniciais/Ensino




Momento Inesquecível da minha história enquanto gestora




Fazer esse exercício de lembrar nossas próprias vivências dos tempos da vida pode ser um bom exercício na sua centralidade em nossa formação.

(Arroyo, G.Miguel. 2004)

Relembrar os tempos da minha vida é reviver momentos que continuam presentes na memória e vem à tona nas lembranças que eu tenho nas minhas reflexões enquanto profissional em formação.
No ano 2003 fui convidada na época pelo Secretário de Educação Municipal de Irecê Celso Loula Dourado para exercer a função de gestora na Escola Municipal Nossa Infância de Educação Infantil, um espaço com quatro salas, um pátio, dois banheiros, sala de professoras, sala para os gestores, cantina, área de lazer e um terreno ao lado que futuramente iria ser realizar um grande sonho que eu tinha em mente, que foi concretizado no ano 2004, seria um marco para os docentes, discentes, gestores, funcionários de apoio, pais e moradores do bairro.
Assumir a gestão de uma Escola de Educação Infantil, isto me trazia muitas angústias. Como seria o meu relacionamento com os funcionários?E a experiência em gestão? Porém, aos poucos fui buscando conhecimento em livros, na convivência com o outro e com colegas que há muito tempo já exerciam este cargo.
Jamais esquecerei da minha colega Orlaneide Malaquias na época gestora da Escola Padre Cícero, que nos momentos de conflito me aconselhava como eu deveria dialogar e compartilhar os problemas que precisavam ser resolvidos e não perdendo de vista a melhoria para a escola e a aprendizagem dos alunos e alunas.
No ano letivo de 2004, na jornada pedagógica, sugeri que nós elaborássemos um Projeto de Horta Escolar para movimentar a escola como um todo e pudéssemos vivenciar momentos de construção e garantir uma aprendizagem de qualidade e construir conceitos sobre a qualidade de vida.
Tivemos diversos momentos para implantação da horta: cartas para o secretário pedindo o material que iríamos utilizar e a ajuda da Secretária de Agricultura para nos orientar na seleção de sementes apropriadas para a época, como seriam os canteiros, defensivo e adubo natural, qual seria o procedimento para a utilização e a confecção de um minhocário. Após estes esclarecimentos feitos por dois Técnicos da Secretária de Agricultura, iniciamos o projeto com muita expectativa que iria dar certo.
Acredito que as mudanças são possíveis, desde que tenhamos força de vontade e organização nos planejamentos, para um bom desempenho do profissional em sala de aula.
Então o sonho se tornou realidade, estávamos com uma horta escolar que traziam admiração a todos que visitavam o espaço. Não havia um protagonista específico, todos que estava naquele espaço tinham um pouco da sua contribuição.
Plantávamos milho, feijão, mostarda, rabanete, couve, coentro, alface, berinjela, melancia, pimenta, quiabo, cenoura, abóbora e ervas medicinais, e o mais importante que todos os legumes e verduras não precisavam usar agrotóxicos porque aprendemos usar um defensivo natural. Eram consumidos na merenda da escola e algumas crianças levavam para casa
O gerenciamento da horta era realizado pelos alunos dos grupos quatro e cinco dos turnos matutino e vespertino. Foram desenvolvidas em sala de diversas atividades referentes ao projeto tais como: leituras textos informativos, escrita de cartas coletiva, estudo das vitaminas, duração do tempo para o plantio, crescimento, colheita, receitas, sistema monetário, escolha dos canteiros, tipos de solo e outros.
Lembro-me do dia que eu comi rabanete pela primeira vez, achei o seu sabor horrível, mas para mostrar aos alunos que eram necessária alimentação deste, devido os seus nutrientes tive que fazer de conta que era uma delícia. Este momento foi inesquecível toda vez que vou comer rabanete me recordo desta situação.
Tivemos também a oportunidade de colher melancias, esta ficou na história da escola, eram lindas e maravilhosas e quando partimos eram vermelhinhas e saborosas os meninos e as meninas fixavam os olhos com um enorme desejo de devorá-las. E o cheiro do milho cozido, que nos faziam despertar aquela imensa vontade de colocar manteiga e saborear junto com um cafezinho quentinho.
A participação dos pais e da comunidade foi fundamental para a continuidade deste, separamos algumas hortaliças e colocamos na porta da escola pra vender, os próprios alunos vendiam e passavam o troco e eles também contribuíam com sementes e adubo natural.
Finalmente o sonho foi realizado! E após algumas etapas deste projeto percebi a importância da união, disponibilidade e comprometimento do grupo e tendo como objetivo fortalecer a escola e a qualidade de ensino.
Esta experiência ficara registrada em minha memória e em muitas outras que contribuíram para o sucesso a aprendizagem do aluno e da equipe escolar.


REFERÊNCIA

ARROYO, Miguel G. Imagens Quebradas-Trajetórias e tempos de alunos e mestres. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.




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Graduanda em pedagogia e pós-graduanda em Educação Infantil